Imensidões

Há imensidões de nós que na calada da noite são transcendências avulso...

Tuesday, September 20, 2005

Estados

Evaporei-me no ar ao sabor de brisas de magnólias. Interiorizei-me nele com a força com que o tempo em mim prevalece.
Senti-me perdido na tradução, alienado na compreensão, confuso na percepção.
Aliás, senti-me longe de mim sabendo-me tão mais perto que nunca, era como se me exterioriza-se em seres abstractos que por não se moverem, não sabem o custo dos passos, mas esses passos já são intrínsecos.
E como se de momentâneos lugares de mente se tratassem, empreguei viagens e rumos, suposições e alegorias, instantes presenças em destorcidas paisagens. E gostei.
Movi-me o menos possível, carreguei no play e deixei-me entregue a quimeras que na realidade não intimidam, reconfortam duma estranha maneira...
Don’t know why, I guess why, I don’t know why, because you never really told me Don’t know why, I guess why, yes I know why, because I’ve spend my all life to know you, Why do you feel bad now that I’m loving you? Goodbye… it’s not the time to put me inside of you, outside of you, and love will be the same... you know...
Perdi-me na voz dos The Gift, encontrei-me nas margens dum rio chamado intimidade que dita aproximações. E apercebi-me que as palavras também se constroem de olhares, e que ainda não te olhei. Que os sorrisos se cimentam com carinhos, e ainda não te acarinhei, que o sexo se apimenta com suores, e ainda não te amei.
E perante essa amálgama de possessões sensoriais curvei-me e me entreguei.
Porque me sinto a viver demasiado rápido nestes momentos, demasiadas expulsões de sangue, demasiada vida dentro de mim agora, neste espaço de tempo, e a entrega é sempre uma sábia fuga.
E rogo para que não me entendas mal, porque eu ainda não me entendi a mim.
E será na fugacidade do Tempo que me deitarei, deixarei o meu grande corpo a ele entregue, na minha mente levo somente escrito, a letras pequenas e em sabor de paz, que no regaço do horizonte espero encontrar a aurora dos meus mais profundos sentires...

6 Comments:

  • At 5:08 AM, Blogger Cristina said…

    Olá dreamer,
    Além dos teus textos serem todos muito lindos e bem escritos, sinto que estás muito triste
    :(
    desejo de uma óptima semana
    beijinhu

     
  • At 5:22 PM, Anonymous Anonymous said…

    Dreamer... lembra-me Supertramp!

    Que bom encontrar-te aqui, Sonhador.

    Beijo doce

    ps: linkando teu espaço ;-)

     
  • At 7:23 PM, Blogger Walter said…

    Remeto-me à reclusão do sentir depois de te ler!Corta essas amarras e concede a ti mesmo o direito de partir em direcção a ti, em ti e sempre por ti!
    abraço grande
    walter

     
  • At 7:48 PM, Blogger Unknown said…

    Mais um texto fabuloso, tenho conhecido pessoas aqui na blogsfera fantásticas que escrevem maravilhosamente, considero-te uma delas. Beijinos amigo e continua que eu adoro ler-te

     
  • At 8:50 PM, Anonymous Anonymous said…

    Querido Pedro, podes não entender-te a ti mesmo, nesta altura, talvez nem precises de compreender nada. Basta que plantes os teus sentires, deixando-os crescer como uma árvore imponente, que deixa as suas folhas dançarem, livres, ao sabor dos ventos. Permite que a tua intimidade espreite e avance, docemente, para a Deusa do Amor, onde aprendes a olhar, a acarinhar e a amar novamente. Redescobre-te, ouve o que te canta o coração e sorri...sempre!! =) Beijinhos enormes**

     
  • At 10:40 PM, Blogger Morfeu said…

    Disse um dia a alguém que admiro a seguinte frase "...que vivas todos os teus sonhos"
    Adequa-se a um sonhador como tu...curiosidades.
    Um abraço

    (posso adicionar-te aos meus favoritos?)

     

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