Imensidões

Há imensidões de nós que na calada da noite são transcendências avulso...

Saturday, December 31, 2005

Do novo ano...

365 dias...
Uma enormidade de horas, minutos e segundos.
Mais um.
Que este 2006 seja de algum modo a consagração de algo, o emergir de tanto.
Que seja repleto de surpresas e alegrias.
Um abraço enorme e um beijo tremendo :)
Pedro

Tuesday, December 27, 2005

Da Banda Sonora

Aqui está umas das grandes surpresas com que tive a oportunidade de ficar viciado nos últimos tempos, Arcade Fire - Funeral, só posso acrescentar que é fabuloso e que juntamente com os Zero 7 - Simple Things constituiram a minha banda sonora na última semana. Possuem uma musicalidade extrema ao que juntando as belas vozes dos vocalistas transformam o espaço, dando-lhe mais sentido. Ou seja recomendo seriamente ambos, pois são muito, mas mesmo muito bons.

Wednesday, December 21, 2005

Dos Passos

Uh uh uh...
Hmmm...
Uh uh uh...

5 minutos de dança,
5 minutos de paz,
Vem a mim, partilha-a comigo, os segredos são para desvendar,
Sigo os teus pés ou segues tu os meus?

Eu olho para dentro, eu interpreto para fora, o corpo é uma tela.
Delicias-me com o altar que em mim transbordas nesse teu olhar.
Sabes que as mãos não eram suposto estarem frias?
(Não importa, pois não?)

Eu não sou assim tão alto, sabias? O patamar encolheu, cedeu.
Estamos a um mesmo nível, os ares e suspiros trocam-se agora numa valsa a dois.
O chão resmunga por novas circunferências, o espaço por novos miasmas inconfundíveis.
Acreditas no que vés? Cheira-te a mel e a magnólias? Diz-me que sim.
Quero acreditar na reciprocidade dos momentos.

Há aliança, cumplicidade, os toques são meros instrumentos,
Os olhares meras palavras numa narrativa incompreensível à razão.
Porque no cariz duma gramática fundida com múrmurios da noite e do luar, encontramos a identidade que nos move.

O relógio prossegue, e a nós só chegam retalhos de transcendências antigas, ou talvez futuras, a bruma paira sobre nós, como que anunciando eras de fantasia e magia.
Acreditas no que ouves? No que a mente te diz para acreditares, sei lá!? Acreditas?

Enrolo-te no meu peito, peço noites de Luas que descem à Terra. Delicio-me com as fases que elas me proporcionam, e extravaso-me agora, na dança que contigo sonho.

Porque não quero passar o resto dos meus dias com Adeus.
Porque é bom estar-se assim, porque é na magnificiência que a simplicidade da dança dá que encontro novos rumos, novos passos...

Danças... monumentalidades que o corpo proporciona, extravagâncias que o amor faz viver.
Se ao menos pudesse abrir os olhos e ter presente à minha frente o mesmo quadro...

Hmmm.. hmmm...

Tuesday, December 13, 2005

Janelas...


Janelas....
Incendeias a vela já ardida em busca de pavios desconhecidos,
Mas da realidade nunca soubeste o puro conceito.
Julgavas saber que as cores são o que são, mas o engano sempre fez parte do teu dicionário,
Dançaste valsas e salsas, instrumentais de filmes brutais, deixavas-te sempre ir, no que dizem ser, na onda...
Mas o jogo tinha de parar, as regras de tomar outra definição.
E então acreditaste em janelas, não em portas.
Soubeste sempre que ao se cair por alguma razão levantar-te-ias por outra, mas fiavaste na incredulidade disso.
Encontravas razões, suposições, questões, respostas nas pequenas vicissitudes da vida, e mesmo assim não te chegava,
De ambicioso sempre tiveste a garra de leões, da inicial sensação de David só a sensação duma folha ao vento.
Tornaste-te forte então, soubeste dos múrmurios gastos pelo tempo, corroídos pelos pós seculares, que as grandes histórias se escrevem e se deixam escrever,
Que não é única a forma e o modo de se pronunciar as palavras, de se extasiar com as presenças.
Multiplicidades na cruel maneira de se dizer, fascinações na serena forma de se entender.
Porque sempre houve e haverá as palavras impronunciáveis, proibidas, inconvenientes.
E as janelas, as janelas parecem surgir, como se de brechas numa essência revestida a pele que anseia extragâncias exteriores.
Janelas que se abrem, cortinas que se revelam, paisagens que tomam contrastes. Agora.

Friday, December 09, 2005

Se eu pudesse sair de mim...

Se eu pudesse sair de mim hoje, tal como em outros mil acordares...
Se eu pudesse definir como é belo, forte e sereno o toque da relva na minha mão num dia ventoso, se eu conseguisse dizer-vos...
Como é bom quando num passeio com os meus cães me divago com eles, quando nas folhas soltas numa qualquer corrida me alegro e extasio, se eu me conseguisse explicar, ou pelo menos me elucidar a mim mesmo.
Hoje não quero escrever de melancolias, passado ou nostalgia, hoje quero escrever do presente, porque assim me dita a alma, e não lhe tentando perder o rumo, escrevo conforme ela me dita e como a sinto.
Hoje quero escrever de sorrisos, de alegria, quero ser diferente por um dia, quero por ventura ser quem possivelmente sou quando a sombra do passado e dum futuro não me assombra...
E escrevo, escrevo porque me sinto bem, porque gosto, porque faz parte de mim, não escrevo para agradar a ninguém, não escrevo porque é bonito, belo e humano, escrevo porque eu sou algo escrito com letras que encontrei nas longas ruas que percorri, escrevo porque nas folhas encontro algo mais de mim, encontro o Pedro, encontro a Rita, a Ana, a Ilundi, a Rosa, a Joana, o Bernardo, a Luísa, o Nuno, a minha avó, a minha mãe, irmão, pai, amantes, amigos e desconhecidos, porque na sua cara me encontro e na sua vida resido...
Porque lanço as mãos ao céu por existirem, porque caio perante o solo quando não estão presentes, porque vocés são simplesmente o meu prolongamento aqui, nesta Terra, neste Céu, neste Inferno.
Porque acima de tudo vos adoro, porque com vocés em mim o toque da relva é diferente, divinal e celestial, porque nos vossos olhos encontro o presente pintado em tons duma aguarela especial, porque nas vossas faces encontro cumplicidades, saltos, alegrias.
E hoje canto somente esta minha única alegoria, porque cada música é única, porque cada um de vós é único.
E canto também para vocés que me lêem, porque partilham comigo o meu mundo, porque vos abri as portas, porque confio em vocés, porque sou um sonhador, um utópico, um optimista, porque sou um astronauta vendo nos outros mundos a mesma cor e luz que ilumina o meu Universo, porque hoje sou pirómano e possuidor de fogo de artíficio e faço a festa, e... porque acredito na bondade do mundo e das pessoas, porque acredito que no fundo o amor supera tudo, e simplestemente porque acredito em mim e em vós, e se continuar a ser um mero sonhador então deixá-lo ser, sou eu...
E... se eu pudesse sair de mim... hoje... seria para vos transportar até lá, até a minha pequena Terra do Nunca, onde nunca cresço, onde paro com vocês, onde me encontro e não me desconheço, onde o tempo pára porque assim o queremos, onde com as mãos dadas descobrimos o mais pequeno significado na mais pequena atitude humana.
E sorrimos em uníssono, e olhámo-nos e aceitamos que se neste mundo não há espaço para nós, sonhadores, então há sempre uma alternativa...

Wednesday, December 07, 2005

Imponência...


Poderia escrever sobre a celebração ao, e do, amor e da paixão por palavras, mas hoje deixo-me ficar pela arquitectura, pelo deleite visual... pela imponência material e pelo secretismo sensual que transmite.
P.S - Tu não és nenhuma obra de arquitectura, mas és imponente como ser humano, e és linda, e também forte e existes perto de mim, e por isso é para ti que dedico este post Ametista. http://serenidades.blogspot.com

Sunday, December 04, 2005

Do Dicionário.

Seduzes a minha imaginação, como quem pinta luares e girassóis na loucura da solidão.
Trazes novas possibilidades, encontros, algarismos, fonéticas, que há muito julgava desencontradas.
Desafias as lógicas do meu dicionário e nem sabes que o fazes.
Construí-o com tanto e podes abaná-lo com tão pouco, um toque, uma palavra, acima de tudo isso, uma palavra, e abanas o chão que eu piso.
Das entradas.
Dos Verbos.
Nomes, Pronomes.
Adjectivos, e Preposições.
Dickens escreveu um dia um livro, chamado: "Grandes Esperanças", já foi adaptado ao cinema, a sua história é simples, mas tão complexa, e se hoje falo do meu dicionário, é porque gostaria de falar do verbo impôr, proibir, sei lá. E a minha recordação ao filme vem mesmo por isso, quem o viu sabe a história, quem não viu eu resumo: Uma rapariga é ensinada por uma senhora idosa, e já um pouco demente por ter sido abandonada no altar há alguns anos atrás, a fazer sofrer os homens, ou seja fazendo-os apaixonarem-se por si, provocando-os, extasiando-os, tudo o possivel e imaginável.
Do verbo impôr a mim mesmo fazer o mesmo...
Da vontade e do querer não partilhar esta vida só comigo, mas com alguém, mas do medo em fazer o que a Estella da imaginação de Dickens fazia...
Do às vezes evitar o toque, porque posso cometer erros, porque chego mesmo a ter efectivamente medo de me apaixonar e isso é tão verdade, tão verdade.
Se a sinceridade pudesse ser materializada eu criava uma fénix das cinzas e mostrava o quanto eu abomino a ideia de me tornar alguém tão frio...
Se a confiança no que somos pudesse ser desconfiada eu rugia em todas as direcções as minhas verdadeiras essências, aquelas que são fragéis, amenas, incapazes de dores alheias.
Do verbo impôr...
Entrada: Atitude de resumir um conjunto de meios próprios que actuam como auto-defesa ou baseados em preconceitos e conceitos sociais, que levam a que haja uma negação de algo, um afastamento; Normalmente com o intuito de se manter uma segurança própria, ou de não querer demonstrar a outrém certas características inerentes ao próprio.
Esta é a entrada no meu dicionário para o verbo impôr;
Porque não quero simplesmente transmitir e continuar a alimentar ideias e ideiais que podem ou não se sentir cá dentro, porque não posso continuar a actuar como uma pessoa normal a quem as coisas mais banais podem existir, porque eu próprio impus a mim mesmo os significados que me guiam; Porque às vezes, e quase sempre as pessoas são diferentes nas díspares maneiras de compreender o amor e a paixão.
E hoje, pelo menos hoje, eu quero-me sentir fora de mim, não quero pensar em entradas em dicionários próprios, quero liberdades e fugazes transcendências de quem comemora amanhã 24 anos de vida.
Hoje... não imponho, vou tentar não impor...
Hoje negligencio todas as semânticas, e significados corporais ou mentais, hoje quero tantar voar como que num filme chinês ao som de flautas...